E por entre os meus posts, mais um a respeito dos direitos humanos. Por agora, o que posso dizer como inspiração inicial, foi uma page que acabei de encontrar, que trata sobre o pragmatismo político. Talvez, não esteja sendo politicamente correta, quando lanço determinadas questões no "SilênciOQUÊ?", mas eu não consigo não fazê-las. Vou lançar umas agora:
"Como pode haver a possibilidade de criminalizar uma mulher por não manter um feto em seu útero, tendo ela o DIREITO de escolha, o LIVRE ARBÍTRIO ou seja lá o que mais pode ser chamado?"
Imagem retirada do site Pública |
Vamos nos ater aos fatos. Você já deve ter ouvido falar no Estatuto do nascituro? Se não, pode ler aqui. Se trata de um projeto de lei, aprovado pela Comissão de Finanças e Tributação da Câmara em 5 de Julho de 2013, que visa proteger o nascituro - negação de nascido - como sendo, inclusive, mais importante que a vida da própria mulher, independente da situação em que ele foi concebido. Exemplo? Se uma garota de 12 anos (idade meramente ilustrativa) é estuprada, ela é obrigada a ter a criança. Se o pai (estuprador) reconhecer a criança, e decidir não ter um relacionamento com a vítima, a criança receberá uma pensão do mesmo. Se o pai (estuprador) não reconhecer a criança ou for comprovado que ninguém sabe quem ele é, então o Estado é responsável. Então, ele dar-se-à bolsa estupro.
OK. Muito lindo, quase poético. Agora me diga qual o estuprador que vai cometer o crime e depois vai se identificar como causador do delito, se a vítima engravidar, e vai assumir a criança? (risos irônicos).
Um outro exemplo? Uma gravidez de alto risco para a mulher, no qual ela não tem direito de decidir se vai continuar com a gestação ou se vai interromper em prol de sua própria vida. E se houver a possibilidade de um tratamento, se este puder afetar o embrião/feto/bebê, ele deverá ser cessado. Não sendo quaisquer uma dessas exigências cumpridas, é considerado crime. Bem como nos casos de anencefalia, que também vão ser considerados crimes, os abortos. É impressionante a falta de importância que dão a mulher ainda no século 21.
Imagem retirada do site Pública |
Como se já não bastasse garantir o direito de um embrião, violando os Direitos Humanos das mulheres, ainda interfere nas pesquisas com células tronco no país. De que forma? Esse Estatuto, é como se fosse uma espécie de continuação de um projeto de lei lançado no ano de 2007, com o propósito de fazer uma alteração do código penal brasileiro para considerar o aborto como crime hediondo, proibir em todos os casos, além de proibir o congelamento, descarte e comércio de embriões humanos, com a única finalidade de serem suas células transplantadas em adultos doentes¹ ².
E como não falar sobre o machismo depois de tudo que já foi dito aqui? Inconcebível. Não é de hoje que se ouve de ambos os gêneros, tanto masculino quanto feminino, que os estupros são culpa das mulheres. Além de que, acredito que o aborto, só não é permitido, porque nenhum homem teve que passar por uma gestação ou teve a responsabilidade de gerar uma criança. Veja que essa questão é bem maior do que se pensa. É totalmente cultural. A falta de liberdade das mulheres em não poderem decidir sobre seu próprio corpo. Sempre há uma justificativa por parte da sociedade como um todo, para tirar o direito da mulher ser dona de si. Mas voltando pra questão do estupro, é bem comum, haver x pessoas afirmando que a mulher só é violentada, porque usa roupa curta, porque rebola, porque usa batom vermelho, porque o cabelo é de um jeito, porque usa tatuagem, porque ouve funk etc. São milhares de razões pra culpa ser sempre da mulher. Então, eu só posso pensar que, se eu usar saia justa, batom vermelho e for num baile funk, nossa... Eu quero ser estuprada!!!
Imagem retirada do site Pragmatismo Político |
A ignorância mata. As leis ineficientes e absurdas matam. O machismo mata.
1. Marcha quer entregar abaixo-assinado pró-Estatuto do Nascituro na quarta-feira
2. Aprovado o Estatuto do Nascituro - Lei 478/07
3. Após legalização, Uruguai não registra morte de mulheres por aborto
Um comentário:
Muito bom. Estamos de acordo ao texto cá.
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