domingo, 22 de setembro de 2013

Infantilismo



O QUE É O INFANTILISMO?

     O infantilismo é a qualidade de infantil, a ação, os modos ou os ditos próprios de crianças e que é evidente na pós-adolescência. Também pode ser caracterizado como persistência anormal dos caracteres da infância na idade adulta, estando presente como característica de diferentes síndromes comi as de Turner e de Prader-Willi, exemplo do infantilismo sexual, decorrente de distúrbios genéticos. (KROPF, Marcela, 2006).
     Essas e outras condutas ou mecanismos de defesa podem persistir na adolescência até à fase adulta, revelando um grau de infantilismo nas atuações e na dependência da opinião e aceitação alheia nas decisões. O infantilismo nessa fase é sinônimo de falta de autonomia de consciência (RAMOS, 2002, p. 167).
     O Infantilismo é uma espécie de sensação de bem estar que está ligado ao ato de querer regredir no tempo e voltar a ser criança (bebê) agindo e atuando como tal. Os infantilistas gostam de usar fraldas, se vestir, comer, falar, brincar como bebês e de usar objetos de bebês como mamadeira e chupeta. Na maioria das vezes os infantilistas praticam esses atos secretamente sem que ninguém fique sabendo e têm muita dificuldade de conversar sobre o assunto. (PHPIB, Primeira Home Page Infantilista Brasileira, 2009).
     O Infantilismo também pode ser considerado parafilia, se houver alguma excitação de cunho sexual, em relação à pratica de usar fraudas ou outros acessórios infantis, que traga algum sofrimento para o infantilista, caso contrário, não causando sofrimento algum, não deve ser considerado como tal. Pode ser chamado anacletismo ou autonepiofilia.
     Ao contrário do que possa parecer, não deve ser associado a pedofilia, pois essa fantasia ou prazer pela condição infantil, não envolve crianças. O prazer dessa experiência está, apenas, em ser como tratado como tal. Exercendo a função de infantilista, a pessoa pensa e age como criança. Sendo em sua maioria, homens que desenvolvem a psicopatologia.


PSICANÁLISE EM TERRITÓRIO MÉDICO E PSICOSSOMÁTICA.

     Tendo em vista que Infantilismo é resultado de algum trauma, como por exemplo, a chegada de um bebê a uma família que já possui um adolescente, o que lhe rouba a atenção, e este, por sua vez, desperta o desejo de agir e ser tratado como bebê. A busca da atenção suprida, decorrente de sua personificação infantil, lhe causa estremo prazer e conforto.
      A constatação de que o “passado traumático” diz respeito a uma rede de construções fantasmáticas, levou Freud a substituir a ideia de “trauma sexual infantil”, pela ideia de “infantilismo da sexualidade” (Freud, 1906). A concepção de um passado absoluto e traumático é então substituída pela teoria da sexualidade, que insere o humano no circuito do inconsciente atemporal, constitutivo de um “infantilismo” sexual.


ENTENDENDO O INFANTILISMO 

     Segundo o Manual de distúrbios mentais da Associação Americana de Psiquiatria Diagnóstica e Estatística, o infantilismo é categorizado masoquismo (fetiche sexual) e este ainda é considerado parafilia, estando o infantilismo ligado a uma interpretação de papéis, onde pelo menos, um dos envolvidos gosta de ser tratado como bebê. Se configura, quando mais grave, de forma sexual, quando mais branda, apenas pelo desejo de ver ou ocupar o papel. Ambas por condicionamento comportamental.
     O masoquismo é o único, dentre as parafilias, que detém atenção por ser adquirido ou provocado ambientalmente, tendo em vista que está acometido pela crise de identidade, culpa ou trauma emocional, de forma diferenciada. Desse forma, é redirecionado, por mecanismos de defesa, para a autoflagelação ou a busca pela dor ou de alguém que o infrinja essa dor, como uma espécie de punição. Se relaciona com o infantilismo, quando se trata da posição de assumir o papel infantil, pelo fato de se sentir incapaz, ou gostar de ser subjugado. Além de que o masoquismo, é o único, ao contrário das outras parafilias, cuja finalidade pode ser redirecionada. No que se trata do infantilismo, veremos em "SUGESTÕES E TÉCNICAS PARA RECONHECIMENTO E SUPERAÇÃO DO INFANTILISMO".
     "Genética, e possivelmente o ambiente pré-natal, tem mostrado influenciar a homossexualidade, enquanto não a causando de forma determinista. É possível que esses fatores talvez também influenciem o desenvolvimento do Infantilismo ou do fetiche por fradas" (ABDL, 2001).


CARACTERÍSTICAS DO INFANTILISMO OU NEOTENIA CONSCIENCIAL.

     A falta de experiência evolutiva acaba causando a condição de uma consciência infantil ainda que na fase adulta, com o intuito de camuflar a sua maturidade e permanecer na zona de conforto do infantilismo. (NASCIMENTO, 2005, p. 31).
     As características infantis são assumidas secretamente, podendo ser adicionada outra pessoa nesse universo, o cuidador, que supri a demanda do infantilista, fornecendo-lhe todos os cuidados necessários que uma criança ou até mesmo um bebê exige.
     Muito embora, mesmo sendo satisfatória, a postura infantil não é assumida a tempo integral. Geralmente, os infantilistas sentem vergonha de partilhar sua condição com quem quer que seja e, acabam agindo secretamente. Escondendo seus objetos, como fraudas, chupeta e brinquedos à chegada de alguém. Mas há características emocionais próprias do mesmo, como ansiedade, egocentrismo, preocupação exacerbada com a autoimagem, carência, transferência de responsabilidades e a necessidade da aprovação alheia, visão limitada do mundo, preguiça de pensar, o fato de achar que todas as pessoas são boas, característica de ingenuidade. Como se pode observar, essas e outras não citadas, como questões de oralidade, apresentação e segurança pessoal e inúmeras outras características são propriamente das crianças, mas presentes em quem é infantilista.


SUGESTÕES E TÉCNICAS PARA RECONHECIMENTO E SUPERAÇÃO DO INFANTILISMO.

     a. Técnica da hipótese e técnica da chapa-quente
Técnicas. Nascimento (2003, p. 158; 2005, p. 33) propõe, para a superação da neotenia consciencial, a técnica da hipótese, em cuja aplicação a consciência parte da premissa que possui a síndrome da infantilização e inicia a análise dos fatos cotidianos e sua veracidade, e a técnica da chapa-quente, que consiste em criar condições que permitam assumir novas responsabilidades. As técnicas foram utilizadas e são, de fato, muito úteis na superação dos traços infantis. A primeira por auxiliar na desdramatização e no levantamento de dados, e a segunda, para a visualização dos fatores e elevação do grau de consciência manifestados.

     b. Auto-organização pensênica
Definição. A auto-organização pensênica é o ato ou efeito terapêutico, profilático e disciplinado de estabelecer e empregar pensamentos úteis à evolução consciencial. Ou seja, diante de várias situações que remetam o infantilista a agir com criança ou bebê, ele irá introduzir pensamentos agradáveis e os mais eficazes possíveis (úteis) para uma possível obtenção de tranquilidade e segurança, provocando assim, uma autoconfiança. A partir do detalhamento das manifestações do pensamento, pode-se aferir padrões de traços e atitudes pessoais, úteis para indicar quais pontos devem ser priorizados no processo de autoconhecimento.



BIBLIOGRAFIA

♦QUINTELLA, Rogério R., and Paulo R. Mattos. "Psicanálise em Território Médico e Psicossomática." psicopatologiafundamental.org v. 16, n.2, junho 2013 Disponível em: <http://psicopatologiafundamental.org/uploads/files/ii_congresso_internacional/mesas_redondas/ii_con._psicanalise_em_territorio_medico_e_psicossomatica.pdf> Acesso em: 16. Set. 2013. 
♦KROPF, Marcela. Revista Conscientia, vol. 9, n.2 (2005). Disponível em: <http://www.ceaec.org/conscientia/index.php/conscientia/article/view/77> Acesso em: 16 set. 2013.
♦Wikipédia. A enciclopédia livre. Infantilismo. Disponível em: <http://pt.wikipedia.org/wiki/Infantilismo> Atualizado em: 9 Set. 2013. Acesso em: 21 Set. 2013.
♦(PHPIB, Primeira Home Page Infantilista Brasileira, 2009). Disponível em: <http://fraldas.tripod.com/index2.htm>. Acesso em: 16 set. 2013. 
♦Infantilismo CoDinA. Entendendo O Infantilismo. Atualizado em: 12 Set. 2013. Disponível em: <http://infantilismocodina.weebly.com/informaccedilotildees.html>. Acesso em: 22 Set. 2013.
Understanding Infantilism (.org), Set. 2001. Atualizado em: Jan. 2013. Disponível em: <http://understanding.infantilism.org/what_causes_infantilism.php>. Acesso em: 22 Set. 2013.

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