quarta-feira, 24 de outubro de 2012

Medos e Fobias

       O medo é o alfa e o ômega de todas as nossas inquietações, pode haver medos normais e medos excessivos, medos controlados e medos transtornados, medos antecipados e medos retrospectivos, lembranças de medo e cicatrizes psicológicas de grandes medos...
       Desde o dia em que nascemos, estamos “amarrados ao medo”, mas o que faz com que os medos se tornem excessivos acontece depois; com os traumas, a educação, a cultura. Cada medo tem sua história relativamente conhecida, ou que permanece, muitas vezes, misteriosa.
       Ao longo da história, algumas pessoas se tornaram mais vulneráveis que outras ao medo: as mulheres, por exemplo, são duas vezes mais vulneráveis que os homens, devido a isso, natural que sejam também, duas vezes mais capacitadas em controlar seus medos.
     O medo pode desencadear diversas outras emoções, tais como a ansiedade, a angústia, o susto, o pânico, dentre outras.
       O medo funciona como uma espécie de alarme, cuja função é nos chamar a atenção para um problema, nos permitindo enfrenta-lo da melhor maneira. Esse seria o tipo de medo saudável, e assim como esse há vários tipos de medo, os que nos prejudicam, os que nos fazem sofrer, os que nos causam uma deficiência a ponto de afetar gravemente nossa vida.
       O que é considerado medo saudável ou medo normal leva em consideração o contexto em que você se encontra, se desfazendo rápido e facilmente quando o perigo passa, ou quando se percebe que não há nada tão ameaçador. Pode ser modulado, focado em um ou outro perigo, nos pondo em alerta e nos deixando cautelosos.
       O medo pode ser considerado patológico quando é desregulado, como o “ataque de pânico”, assim chamado, atua aniquilando as capacidades mentais de adaptação da pessoa deixando-a completamente paralisada, não tendo controle nem de ativação nem de desativação.
       O medo, quando demasiado, também pode ser caracterizado como fobia desde que haja os seguintes sintomas:
• Um medo muito intenso, podendo chegar a um ataque de pânico;
• Gera uma espécie de deficiência ou desvantagem da pessoa para com o medo na tentativa de evitá-los;
• Se for necessário e inevitável, gera um sofrimento muito intenso;
• Além de provocar o evitamento ou fuga do confronto com objetos ou com situações fobógenas, sempre que isso puder ocorrer. Já as fobias, são medos intensos e resistentes, são verdadeiras doenças do medo, com sua dinâmica própria.
       Uma vez manifestadas, tendem a se estabelecer e tornarem-se crônicas e, mesmo no caso das mais severas, agravar-se e estender-se. As fobias também consistem em, além de medo e fuga, um desgaste emocional decorrente do confronto com o medo.
       Há pessoas fóbicas que evitam o medo, mas também há aquelas que o enfrentam, mas quando isso acontece com frequência e o cérebro não se habitua à situação causadora do medo, causa-lhes maior sofrimento, podendo ser agravado decorrente desse confronto.
        O medo ou fobia dependerá também do tipo de perigo que o objeto temido representa, tubarões ou tigres, por exemplo, se esse medo for desencadeado apenas pela foto, é sim considerado fobia, mas se for somente diante de uma situação real de perigo, então é considerado apenas um medo muito grande. Algumas das fobias, chamadas específicas ou “simples”, como o medo de animais ou de altura, só se manifestam através de medos intensos, mas ocasionais. Sua gravidade depende, sobretudo, da frequência, do ambiente, do objeto da fobia em questão.
       A fobia social se define por um medo social intenso e invalidante. A pessoa atingida receia revelar a seus observadores ou interlocutores sua vulnerabilidade (ficando vermelha, tremendo, transpirando) ou seus limites (não se mostrando bastante inteligente ou culta). Por isso as situações sociais nas quais o indivíduo se sente vulnerável causam muito sofrimento e tendem a ser evitadas, mesmo que isso ponha diversos problemas sociais ou profissionais. A gravidade da fobia social depende, entre outros fatores, das situações de performance, como falar num grupo ou realizar uma tarefa em público, há nesse caso, uma sensação de impotência diante da situação, moderada.
     Muitos fóbicos sociais também sofrem de depressão e alcoolismo. A depressão decorre como consequência do fracasso social a que chegam os pacientes, e provavelmente do sentimento de vergonha que os atinge. Quanto ao álcool, devido ser usado com frequência, como facilitador e desinibidor em suas relações sociais, usando-o de maneira exagerada e frequente, passando também, a consumi-lo não somente antes, mas durante e depois de qualquer situação que os exponha.
        Pacientes com fobia social levam muito tempo até serem diagnosticados corretamente e tratados. O custo individual e social torna indispensável a formação de médicos e psicólogos para reconhecer e cuidar dessa doença.

Baseado no livro Psicologia do Medo - André, Christopher
Para saber mais- Lista dos principais medos e Fobias

Um comentário:

Anônimo disse...

"O medo é o alfa e o ômega de todas as nossas inquietações" foi boa