domingo, 9 de novembro de 2014

TEA - Transtorno do Espectro Autista: Autismo


    O Espectro Autista é caracterizado por três aspectos diferentes: TDAH - Transtorno de Déficit de Atenção com Hiperatividade, TID - Transtorno Invasivo do Desenvolvimento e o Autismo - Leve - Moderado - Severo. Esse conjunto de transtornos caracterizam danos no desenvolvimento cerebral e no padrão de comportamento considerado socialmente normal.
    Tem como principais características os prejuízo na comunicação, interação social, comportamentos desconexos, e na cognição. As manifestações do TEA variam imensamente, dependendo do tipo, do grau de desenvolvimento e da idade cronológica do indivíduo. 
     É um transtorno fluido, isso significa dizer que, em uma escala de diagnóstico, não dá pra saber exatamente onde e como afeta biologicamente, simplesmente porque não há marcadores biológicos que possam defini-lo. Podem ser feitos exames laboratoriais que possam ajudar na sua compreensão, mas o diagnóstico é somente clínico.
     Os indivíduos diagnosticados com TEA apresentam dificuldades na comunicação verbal e/ou não-verbal. Muitas crianças são identificadas pela primeira vez por causa da falta ou do atraso na fala. Outras desenvolvem a comunicação, mas de natureza diferente, robótica ou com um vocabulário incomum para sua idade. O que acaba caracterizando, também, uma dificuldade complexa no diagnóstico, tendo em vista que os pais não aceitam ou querem acreditar que têm uma criança autista. Há casos que são diagnosticados já na adolescência. Esses tendem a não se envolver com outras pessoas, evitando interações e contato social, podendo apresentar uma inadequação no comportamento diante das outras pessoas por não saberem como fazê-lo. Padrões anormais de comportamento que interferem na motricidade, de forma que os indivíduos podem ficar se balançando de um lado para o outro, andar na ponta dos pés ou balançar as mãos frequentemente, são chamados de padrões estereotipados e repetitivos.
     O tema Autismo teve grande visibilidade durante a novela Amor a Vida em 2013, escrita por Walcyr Carrasco, onde a personagem Linda (Bruna Linzmeyer) era uma autista com um grau severo da síndrome, aparentemente. Só que o caso Linda da novela está longe de ser considerado Autismo. A princípio, a personagem aparentava ter sério comprometimento cognitivo, social e comportamental, agravado por não ter tido nenhum tratamento desde sua infância e, então, com apenas três sessões com o psicólogo, ela já era capaz de realizar atividades complexas, apenas em observar imagens de como realizá-las. Uma visita ao fonoaudiólogo e ela já se comunicava com todos ao seu redor, e uma série de outras situações que nem podem ser enquadradas como parte do comportamento autista. Bom, para esclarecer, vamos aos fatos.
     Como dito anteriormente, as pessoas com TEA possuem alguns comprometimentos, mas não necessariamente serão graves. Se bem estimuladas e dependendo do nível do transtorno, podem levar uma vida como a de qualquer outra pessoa, com algumas dificuldades mas fazem, e é por isso que entra a importância de uma família bem estruturada, reforçadora, que não tire no processo desse tratamento a autonomia do sujeito aprender a realizar suas atividades sozinho. Desse modo, a superproteção materna e paterna, pode acabar prejudicando ao invés de ajudar no acompanhamento e desenvolvimento desses indivíduos.
     O Autismo se trata de um transtorno mental desenvolvido nos três primeiros anos de vida da criança, no qual há prejuízos na formação cerebral. Como consequência dessa má formação, somando a condições ambientais e um diagnóstico tardio, pode acarretar no agrave desse processo, causando muito mais sofrimento a pessoa e a família em geral. A ciência não descobriu ainda o que causa o TEA, nem como diagnosticá-lo exatamente, mas a Psicologia, juntamente a outras áreas do cuidar, desenvolveu técnicas que envolvem testes e escalas, que avaliam justamente o comportamento, a comunicação e a cognição, que são onde o TEA afeta, podendo viabilizar formas de tratamento para uma vida melhor.    
    Muito embora se considere que as condições ambientais possam interferir no transtorno, não há pesquisas que comprovem a veracidade desta afirmação quanto ao aparecimento do mesmo, mas somente no seu desenvolvimento, onde é de extrema importância que haja o diagnóstico o mais cedo possível para a iniciação do tratamento, caso contrário, há diversos prejuízos que não poderão ser recuperados no desenvolvimento da criança, por conta do tempo correto que diversas atividades e comportamentos deveriam ser estimulados e não o foram. Por exemplo, se o diagnóstico ocorre apenas na adolescência, a zona proximal da criança (período que ocorre por volta dos 6-7 anos e vai até os 10-11 anos, onde a criança tem uma facilidade maior de aprendizagem e, quando bem estimuladas, adquire conhecimentos mediados por alguém daquilo que ela não consegue fazer sozinha), já deverá ter passado e se perdido uma fase de extrema importância.
    É preciso salientar que não há cura para o Autismo. O tratamento consiste na estimulação dos neurônios, através de atividades que, quando diagnosticado precocemente, pode ser feita na hora certa em que as conexões sinápticas necessárias devam ocorrer, e isso pode trazer um enorme benefício para crianças autistas, tanto enquanto bebês quanto em seus anos futuros. 
    São trabalhados também os aspectos psicossociais, os quais envolvem não somente a pessoa autista, mas também o ambiente onde ela vive e os indivíduos que fazem parte do ciclo familiar. É realizado por diferentes profissionais: psicólogo, fonoaudiólogo, fisioterapeuta, T.O., neurologista, psiquiatra, etc. Além de ser um tratamento intensivo, todos os dias, o dia inteiro, que envolve os pais e/ou os cuidadores da criança. 
      Se iniciado precocemente, ainda na infância, o desenvolvimento pode ser quase igual ao de uma criança típica em algumas áreas. Mas quanto mais tarde o tratamento é iniciado, mais lento é o resultado. (ARANTES, 2014).


    Do nível leve ao mais grave, há pessoas que possuem fala e inteligência intactas, enquanto que há as que possuem um transtorno global do desenvolvimento mais agravado, tendo dificuldade em compreender as informações que lhes são dadas e em transmiti-las, assim como dificuldade em relacionar-se com o meio e com as pessoas, não tendo autonomia suficiente para cuidarem de si sozinhas. Com o Autismo sendo tratado desde o início do transtorno, o indivíduo que o possui pode desenvolver essas habilidades o máximo que lhes for permitido.
      Contudo, não basta somente o tratamento clínico, mas um ambiente reforçador que estimule as funções cognitivas para proporcionar uma vida mais confortável e enriquecedora.
      O pediatra tem um papel importante não só na identificação precoce e avaliação de distúrbios do espectro do autismo, mas também na gestão crônica desses transtornos. Os principais objetivos do tratamento são para maximizar a independência funcional definitiva da criança e qualidade de vida, minimizando os transtornos do espectro autista em suas características principais, facilitando o desenvolvimento e aprendizagem, promovendo a socialização, reduzindo comportamentos desajustados, e educando e apoiando as famílias. 

Bibliografia
  • Autismo = http://www.autismo.com.br/principal.php
  • Especialistas afirmam que existe 1 pessoa com autismo para cada 100 =
  • http://g1.globo.com/fantastico/quadros/autismo-universo-particular/noticia/2013/08/especialistas-afirmam-que-existe-uma-pessoa-com-autismo-para-cada-92.html
  • O Espectro do Autismo = http://www.cepde.rj.gov.br/autismo_sd.htm
  • Transtorno do Espectro Autista = http://www.autismsupportnetwork.com/news/transtorno-de-espectro-autista
  • Linca Brasil : Autismo e TDAH = http://lincabrasil.com.br/autismo.htm
  • Science Blogs - Divã de Einsteins: http://scienceblogs.com.br/odiva/2014/01/e-a-moca-autista-da-novela-heim/
  • Diagnósticos do Autismo - http://autismoerealidade.org/informe-se/sobre-o-autismo/diagnosticos-do-autismo/
  • Feminismo Sem Demagogia: http://feminismosemdemagogia.com.br/amor-a-vida-linda-e-rafael-amor-ou-abuso-de-incapaz/
  • Galileu - Autismo retratado em 'Amor à vida' passou longe da realidade, diz psicóloga: http://revistagalileu.globo.com/Sociedade/noticia/2014/02/autismo-retratado-em-novela-passa-longe-da-realidade.html
  • Vamos Falar Sobre Autismo: http://vamosfalarsobreautismo.wordpress.com/2014/01/09/transtorno-do-espectro-autista-tea-enfrenta-estigma-e-falta-de-profissionais-qualificados-no-atendimento/
  • LAHMIEI/ ABADS: http://www.lahmiei.ufscar.br/documentos/arquivos/abaautismo.pdf
  • LAHMIEI/ ABADS: http://www.lahmiei.ufscar.br/documentos/arquivos/brincar.pdf
  • LAHMIEI/ ABADS: http://www.lahmiei.ufscar.br/documentos/arquivos/linguagem.pdf

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